Leitura: O despertar das sombras - Capítulo 18
- Gabriel Chico
- 25 de nov. de 2016
- 5 min de leitura

Autor: Gabriel Augusto
Publicação: Outubro de 2015
Tema central: Vampiros, família, amor e suspense
Páginas: 117
Capítulo 18
Desabei no banco do ônibus, sentamos na última poltrona cansado e empolgado ao mesmo tempo.
- Conseguimos. – Falei entusiasmado.
- Ainda não, temos que passar pelo viaduto para ter certeza.
- Meus pais são velozes, mas a ponte atrapalha um pouco.
Ônibus deu a partida e pôs-se em movimento.
O ônibus das 22:00 horas tinha apenas três pessoas, todas cochilando em seus assentos.
Seth não tirava os olhos da janela. Flashes de luz vinda do poste iluminava por onde o ônibus passava, guindo-o para fora de Seedwood.
- Escuta. Para onde vamos mesmo? – Chamei a atenção de Seth.
- Para Boston.
- Parece legal. O museu de arte, aquela bola imensa de metal reluzente e os parques para andar de bicicleta.
- Isso não é um passeio turístico Alex. Vamos achar um quarto de hotel e depois logo de manhã vamos embora. – Falou emburrado.
- Hey. Só queria deixar você menos tenso, desculpe por tentar. – Cruzei os braços e me afastei de perto dele.
- Desculpa. É que eu quero sair daqui logo, seus pais podem passar por aqui a qualquer momento arrancando nós dois de dentro desse transporte coletivo. Agora pare de charme e vem cá. – Ele me puxou para perto dele e eu dei uma risada muito alta fazendo a mulher que estava a dois bancos a frente olhar para trás.
- Foi mal. – Disse eu.
- Finalmente! – Exclamou Seth.
- O que?
- Saímos dos limites de Seedwood. – Conseguimos. Então porque eu não estava tão feliz? – Descanse, logo chegaremos a Boston.
Deitei em seu colo e estiquei minhas pernas, ele estava quentinho. Meu corpo estava pesado de cansaço, não era para menos. Corri, saltei, lutei e esquivei. Estava podre. Me aconcheguei melhor e acabei dormindo
- Alex acorda, chegamos. – Seth sussurrou eu meu ouvido enquanto balançava meus braços.
Abri os olhos e estávamos no ponto final.
Boston tinha um ar tenebroso a noite, em seus prédios espelhado dava para ver só o reflexo da luz da lua, em suas lojas vazias o que podia se enxergar eram apenas os manequins disposto na vitrine com seus rostos sem expressões vestindo o último modismo da estação.
- Seth estou com medo. – Agarrei seu braço.
- Não por nada, mas eu acho que eles deveriam ter medo dá gente.
- E porquê? Posso saber. – Disse indignado.
Estávamos em uma cidade desconhecida, cheia de marginais para todo lado. Não era para se ter medo?
- Alexander, queria te lembrar que você tem presas e eu sou uma máquina de retalhar. – Ele revirou os olhos.
Me senti idiota, esqueci que eu era o pior pesadelo de qualquer humano e Seth nasceu para destruir qualquer ameaça.
- Desculpa é o nervosismo. – Dei uma risadinha.
Vamos pensar.
Os fatos eram o seguinte: perdidos, com fome, cansados e sem muito dinheiro. O que iriamos fazer?
- Agora vejamos vamos procurar um lugar para ficar.
Andamos ruas e ruas subimos quarteirão atrás de quarteirão. Ao longo do caminho, minha mente vagava.
O que vai acontecer quando acharmos um quarto? Vamos dormir na mesma cama correto, e daí? Será que daremos continuidade ao nosso romance que aconteceu na casinha de madeira?
- Droga. – Voltei a mim.
- Que foi?
- Esqueci que estou sem os cartões de credito de emergência e o dinheiro acabou quando eu comprei sua passagem. – Ele deu um tapa na testa. – Estamos ferrados.
E um leve frio na barriga cresceu.
- Tudo bem, calma... quando acharmos um hotel veremos o que fazer.
Andamos mais um pouco e não chegávamos nunca.
Até que caímos na avenida principal. E avistamos uma casa de penhores.
- Nossa salvação.
- Mas o que vamos penhorar gênio? – Seth disse desacreditado de mim.
Puxei meu colar com a rosa azul e mostrei para ele.
- Isso...
- Não. Você ganhou daquela bruxa doida e gostou tanto dele, não e justo você vender ele.
- Não é justo passarmos frio aqui fora. E tudo bem, você já fez o suficiente para uma noite, além do mais quero tomar um banho quente.
Ele deu um sorriso triste, porém não reclamou.
Entramos na casa de penhores e tinha um velho gordo de cara amarrada no balcão.
- Queria penhorar isso aqui. – Ele analisou a peça.
- R$ 150. – Disse ele com arrogância.
- O que? – Começou Seth. – É metade do que ele realmente vale. – Contestou.
Segurei seu braço, não queria outra confusão.
- É pegar o largar. – Disse o velho mau encarado.
- Tudo bem, levamos.
Ele tirou o dinheiro da caixinha e deu para gente.
- Adeus colar tibetano. – Disse ressentindo.
- Conseguirei ele para você de novo, fique tranquilo.
Saímos de lá e demos de cara com um hotelzinho barato do outro lado da rua.
- Vai ter que ser esse mesmo.
Entramos e alugamos um quarto.
O quarto não era tão ruim assim. Papel de paredes floridos estavam colocados nos quatros cantos, uma cômoda marrom encontrava-se ao lado da porta do banheiro e uma cama de casal com lençóis brancos esticados.
Em Boston a chuva não tinha chegado, o único barulho era dos carros passando na rua.
- Vou tomar banho. – Precisava de um banho, a água quente sempre me reconfortava.
- Vai lá.
O banheiro era feito de azulejos azuis antigo, que passava certa calmaria para quem o olhasse. Liguei o chuveiro e deixei a água cair no meu corpo. Nossa era tão bom, não queria sair dali nunca.
Espero que meus pais não pirem. – Pensei. – Depois que me ajeitasse com Seth, eu ligaria para eles explicando onde eu estava... é só questão de tempo.
Saí do banho enrolado na toalha.
- O que você tem em mente Alexander Shener?
- Continuar da onde paramos.
Ele se remexeu na cama se segurando para não ir até mim.
- Melhor não. – Disse ele. – E se você sem querer perder o controle e me morder?
A realidade doía.
- Verdade, não podemos entrar na cede da Espada Negra sendo dois vampiros.
- Pois é. – Fiquei frustrado. – Mas relaxa, terá outras oportunidades. – Disse Seth me consolando.
Voltei ao banheiro e coloquei a cueca e uma blusa limpa de Seth. As minhas roupas estavam muito sujas para coloca-la de novo.
Deitei na cama enquanto Seth foi tomar banho.
Como será que estão todos? – Era impossível não me preocupar com eles. – Logo darei notícias e tudo ficará bem novamente.
- Vamos dormir? – Seth apareceu na porta do banheiro de cueca preta. Seu corpo definido deixaria qualquer um louco.
- Sério? Você tem que sair assim do banheiro?
- Desculpa, mas a minha única blusa está no seu corpo. – Ops. Eu lavei minhas roupas que estavam ensopadas de lama e pendurei no box.
- Verdade. Agradeceria se dormisse bem longe de mim, para que nada aconteça.
Ele deu uma risada debochada.
- Pode deixar. – Ele sentou do meu lado.
Eu o amava tanto, e pensar que algumas horas atrás eu poderia tê-lo matado.
- Seth?
- Digas...
- Espero que fique tudo bem.
- Vai ficar. – Ele me deu um beijo na testa. – Não se preocupe, te protegerei de tudo que vier. Agora vamos dormir, nosso dia é cheio amanhã.
Nos ajeitamos na cama. Virei para o lado e apaguei o abajur, seus braços me envolveram em um abraço apertado e dormimos.
- Seth? Acorda. – Que voz é essa? Será que eu estou sonhando ou tem uma mulher chamando Seth.
Virei para o lado tentando abrir meus olhos pesados. Forcei-me a ver, esfregando as mãos no meu rosto. E quando abri uma mulher de calça jeans escura e t-shirts preta e bota cano longo estava parada na porta.
Assustado, balancei Seth.
- O que é Alex, o que foi? – Ele abriu os olhos. E ficou surpreso e depois sorriu feliz para figura feminina que estava parada a nossa frente. – Ah! Oi mamãe.
Acompanhe o livro:
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Epílogo
Anexos
Origem dos personagens
Baixe o texto em pdf: clique aqui.
Comments