Leitura: O despertar das sombras - Capítulo 17
- Gabriel Chico
- 18 de nov. de 2016
- 4 min de leitura

Autor: Gabriel Augusto
Publicação: Outubro de 2015
Tema central: Vampiros, família, amor e suspense
Páginas: 117
Capítulo 17
O centro vazio sem nenhuma alma viva na rua, não era para menos, o temporal estava forte. Enquanto corria gotas de chuva batia em meu rosto com força, dificultando a minha visão. Em indo para rodoviária, passei pelo bazar da bruxa.
Ela tinha razão sobre tudo, nossa destruição era inevitável.
Isso me deixava mal. Você não espera que a pessoa amada irá te decepcionar algum dia, porém o destino tem um senso de humor cruel, mostrando sempre que estamos errados sobre tudo.
Chegando na rodoviária, rodeei toda ela até que vi uma pequena luz branca se movendo dentro de um galpão abandonado. Andei vagarosamente e abri lentamente a porta de madeira vermelha.
- Seth apareça. – Desafiei ele. – Eu sei que você está aí, não precisa ter medo eu estou sozinho. – Esperava que sendo bonzinho Seth se aproximasse de mim.
Silêncio.
- Seth? Estou preocupado com você. – Usando os mesmos truques que ele usou para me ludibriar.
Estava tudo muito escuro.
- Alex. – Um relâmpago invadiu o céu e pude ver ele entre os paletes enfileirados.
Sua voz era cansada e fraca.
- É verdade o que dizem sobre você? – Fui andando nas sombras para chegar mais perto dele.
- O que eles dizem de mim? – Ouvia seus passos sorrateiros.
- Que você é membro na Espada Negra, que mentiu para mim. – Senti meu corpo formigar e sabia o que estava preste a acontecer.
- É verdade! Como você mentiu para mim que era um vampiro. – Ele não estava em condições de me julgar.
- O segredo não era só meu, era de todos.
- Assim como o meu. – Seus passos pararam.
- Eu nunca te enganei. – Peguei minhas adagas do cinto da calça. – Contei tudo naquele e-mail, eu queria passar minha vida com você.
- Não teria como, já que meu objetivo é exterminar sua raça.
- Já basta. – Tomei partido, antes que ele me atacasse.
Corri até ele e derrubei-o no chão.
- O que eu sou para você, uma marionete? – Peguei ele pelo colarinho e joguei contra a parede. Ele gemeu.
Podia sentir o meu corpo vibrar e a cólera dominar minhas veias. Mentiras e mais mentiras, não suportava mais isso.
- Alex, pare. – Ele cuspiu sangue.
- Você não tem noção do que eu passei quando descobri a verdade, que eu era apenas um objeto de pesquisa para você. – Agarrei-o de novo e o ergui, arrastando seu corpo pela parede.
Minha força era inacreditável, nunca vivenciei tanto poder.
- Alex por favor. – Suplicou.
- Eu vou te matar assim como você matou Buze, assim como você iria matar meus pais e amigos... assim como você iria me matar. – Levantei uma das adagas.
- EU TE AMO. – O céu ficou claro de novo. E pude ver lágrimas correndo pelo seu rosto sujo de sangue.
A adaga caiu da minha mão e eu não estava mais me sentindo tão poderoso.
Soltei-o.
E ele caiu de joelhos.
- Não diga isso. Não diga palavras que você não entenda.
- É a verdade, no começo eu realmente pensei em te usar para recolher informações, como você, não tive escolha eu nasci com esse fardo. Eles me ensinaram a lutar, ter disciplina e a executar minhas missões com sucesso, porém eu não contava com o amor que me apanhou de repente.
Foi como um tapa na cara. Eu estava preste a matar o maior amor da minha vida.
Ajoelhei junto dele.
- Como eu poderia fazer mal a alguém que eu daria a vida? – Ele segurou meu rosto com suas mãos frias. – Como faria mal a você Alex, me diz?
Eu não sabia o que dizer, fiquei sem palavras.
- No começo, pensei que você era um aluno humano preso naquela maldita escola. – Ele continuou. – Imaginei que seus pais eram vampiros que mataram seus verdadeiros pais e depois te adotaram. Pensei em inúmeras vezes em me afastar de você para não te machucar, só que sem querer eu te machuquei. – Ele realmente estava arrependido dava para ver, nunca o vi naquele estado. Sincero, frágil... humano. – Não dá para ter uma vida normal quando você faz parte da Espada Negra, eu tentei. E quando eu peguei você em cima do telhado, eu fiquei em choque e com raiva por você ter omitido a verdade, voltei para cede da Espada Negra e pensei somente na missão que eu tinha que finalizar, mas quando eu te vi no primeiro dia de aula, abandonei tudo o que eu acreditava. Ironia do destino me apaixonar pelo meu maior inimigo.
- Nós dois sabemos da verdade. – Forcei-me a falar. – O que faremos agora?
Eu poderia compreender o que ele fez. E os outros compreenderiam?
- Meu ônibus sairá daqui meia hora. – Disse ele olhando para o relógio. – Venha comigo, irei protege-lo e cuidar do seu bem-estar.
- O que? Não, não posso. – Fiquei surpreso com sua proposta. – O que a Espada Negra fará quando descobrir a verdade.
- Eles não iram descobrir, eu cuidarei de você. Tenho dinheiro o suficiente para comprar uma passagem e fugirmos juntos.
- Antes diga de novo, você realmente me ama?
- Mais que tudo na minha vida. Eu preciso do seu amor para viver como os vampiros precisam de sangue, como os humanos precisam de oxigênio... como a lua precisa da noite.
- Eu também te amo. – Disse eu. – Melhor fugirmos logo.
Acompanhe o livro:
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Epílogo
Anexos
Origem dos personagens
Baixe o texto em pdf: clique aqui.
Commentaires