Leitura: O despertar das sombras - Capítulo 13
- Gabriel Chico
- 21 de out. de 2016
- 6 min de leitura

Autor: Gabriel Augusto
Publicação: Outubro de 2015
Tema central: Vampiros, família, amor e suspense
Páginas: 117
Capítulo 13
Quando os alunos finalmente voltaram ás aulas, fiquei de pé no hall, achando que eu iria encontrar algum rosto familiar.
Sabia que Seth, não iria voltar. Ele deixou isso bem claro quando não respondeu o meu e-mail durante esse tempo todo.
Se eu não visse ele era só uma afirmação daquilo que já sabia, e então eu poderia seguir em paz, além do mais eu tinha uma vida longa pela frente.
Entre os rostos deformados de pessoas aleatórias. Entrevi Polly de cabeça baixa, quase encolhida em meio à multidão.
Olhei para o alto e Buze encarava ela apoiado no peitoril de madeira do segundo andar. Me apressei para perto dela e peguei uma de suas malas.
- Oi, que bom que você voltou. – Disse a ela.
- Não tão bom, não queria ter o desprazer de olhar para ele de novo. – Eu já sabia de quem ela falava.
- Não se preocupe ele não irá fazer nenhum mal a você.
Olhei para cima de novo e Buze deu um sorriso de escárnio. Que nojo desse cara asqueroso.
- Seus pais não pediram para ficar? – Aprontei-me em dizer.
- Estão muito ocupados para ligar para o que eu falo.
- Sinto muito.
- Tudo bem já me acostumei. – Não achava que estava tudo bem, pois seu rosto de repente ficou triste.
Disperso com o assunto de como fora as férias, virei-me por um segundo sem perceber.
E meus olhos encontraram os de Seth...
Lá estava ele com seu cabelo avermelhado mais bagunçado que nunca e ao mesmo tempo tão bonito, com uma camisa xadrez marrom toda surrada e calça jeans rasgado. Me lembrava os cantores trash dos anos 90. Sem poder fazer nada, apenas andei junto de Polly em direção a sua torre. Quando cheguei perto dele, ele se virou e foi para esquerda. Foi como um soco no estômago, minha vontade era de chorar e sentar no meu quarto no canto da parede abraçando meus joelhos. Engoli o choro que desceu rasgando pela minha alma.
- O que foi bonitinho? - Can chegou por de trás de mim. – Por que esse rostinho tristinho?
- Nossa por que você tem que falar no diminutivo? Tem como ser mais infantil? – Polly revirava os olhos.
- Estava falando com o Alex e não com a Senhora “mau humorada”.
- Só vocês para brigarem na volta ás aulas. Aposto que sentiram falta um do outro.
- Nenhum um pouco. – Disse os dois ao mesmo tempo.
Comecei a rir. Pelo menos os dois estavam de volta para me ajudar a superar o ocorrido.
Deixei as coisas no quarto de Polly e ajudei ela a desempacotar tudo e quando chegou de noite voltei para o meu.
Luci encontrava-se desarrumando as suas duas grandes malas de viagem.
- Alex dear, quanto tempo. – Começou a falar de imediato. – Como foi suas férias? As minhas foram ótimas, compras em Seatlle, curti good vibes em Amsterdã e gastei dinheiro nos cassinos de Vegas. Adoro aquele povo descrente da vida que joga tudo para o alto por um único momento de diversão.
- Las Vegas terra dos perdidos.
Luci me olhou com um olhar de desdém. E antes que eu pudesse me explicar a porta se abriu violentamente.
- Buze desapareceu. – Gritou Diana. Só de ouvir a voz dela meu corpo estremecia em pura repulsa.
- Como assim ele desapareceu? Ninguém é considerado sumido só porque está... – Luci ergueu o braço e deu uma olhada no seu relógio Rolex de prata. – Treze horas sem dar um sinal de vida.
- Vai ver ele foi atormentar criancinhas não é o que vocês vampiros repugnantes fazem? – Disse para Diana com voz de superioridade.
- O nosso amigo desaparece e vocês fazem piadinhas sobre isso.
- Seu amigo, não nosso. – Luci estava afiada.
- É bom saber que você trocou de lado Luci Belmiro. – Diana deu as costas e voltou de onde veio.
- Garota problemática.
- Não gosto mais dela. O que ela fez com você... é o tipo de coisa que não dá para se perdoar. Eu tenho uma regra que é: nunca ficar com o cara da amiga. – Luci sempre me surpreendia.
- Não esperava isso de você.
- É tá bom, agora me ajuda a desfazer as malas.
Eu sabia que passava das 23 horas, mas sabendo que Polly dormia tarde, precisava contar para ela sobre o “desaparecimento” de Buze.
Desci as escadas de pedras correndo, quando tropecei no penúltimo degrau e cai nos braços de alguém.
- Tudo bem? – Conhecia essa voz.
Fiquei de pé novmente era ele... Seth com seu corpo escultural e belo.
- Estou... estou sim. – Falei gaguejando.
- Fico feliz. – Espera. Era isso mesmo que ele falou?! Ele estava feliz de eu estar bem?
- Precisamos conversar a sós. – Ele queria falar comigo a sós, então quer dizer que ele confia em mim.
- Tem certeza que quer ficar comigo sozinho?
- Por que, não deveria?
- Ok. Tem um lugar que eu conheço que dá para falar em particular.
- Vai na frente.
Ele e deu passagem para passar e então caminhei a frente dele. Fomos até a parte de trás da escola, onde tem uma porta dos fundos onde ninguém vai. Saímos por ela e o ar frio invadiu minha pele, andamos pelo gramado seguindo a trilha de terra até chegar na casinha de madeira. Ela era velha quase desabando.
- Como você achou isso? – Reação do Seth foi de surpresa quando viu a casinha pequenininha de madeira no meio do nada.
- Ah! Quando às aulas não tinham começado ainda, a única coisa que eu poderia fazer era brincar de ser aventureiro e desvendar os mistérios da Noite Eterna. – Disse com um tom de medo.
- Nossa você foi longe. É um ótimo lugar para se esconder.
Entramos na peculiar casa e dentro apenas tinha folhas secas caída no chão e vigas de madeira penduradas com pequenos buraquinhos feito pelos cupins.
- Pronto estamos sozinhos agora. – Medo... era o que eu sentia naquela hora.
- Sobre o que eu vi...
- ... espero que não tenha contado para ninguém.
- Você me pediu para não contar. – Uma breve pausa rolou no ar. – Queria me desculpar por não ter respondido o seu e-mail, mas eu não sabia o que dizer.
Ele não tinha o que se desculpar, eu que causei a merda. Eu que menti, que traí sua confiança. Eu fiz o mesmo, que Eric me fez, por, mas que eu não tenha beijado outra pessoa a atitude era a mesma. Confiança não deve ser quebrada.
Segurei o choro.
- Seth você não tem que se desculpar. Eu que menti, estava com medo de você não entender... não entender e ficar com medo de mim. – Não conseguia falar sem gaguejar.
Eu sentei no chão de madeira desgastado e envolvi meus joelhos. Me sentia desamparado.
- Alex. – Ele se agachou ao meu lado. – Olhe para mim, você está vendo raiva nos meus olhos? – Pelo contrário seu rosto estava sereno.
Acenei que não.
- Então relaxa... eu deveria realmente ser mais compreensível, mas eu fiquei em choque quando te vi de pé em cima do telhado com o rosto de sangue.
Ele me abraçou e apoiou sua cabeça na minha...
Nossas faces se encontram e nossos lábios foram de encontro um com o outro.
Beijo era doce, fazendo meu corpo vibrar. Doce como mel... ardente como fogo.
- Quero que você se alimente de mim.
- Melhor não, sabe aquele machucado que você tinha no pescoço? Então, a culpa foi minha... descontrole com meu novo eu.
- Eu imaginei que eu não tinha caído e batido a cabeça. Você poderia ter me matado, mas não o fez.
Ele tirou sua blusa e por de baixo dela, estava um corpo definido e forte, não era igual aos corpos de propaganda de academia. Era apenas definido, sem a necessidade de ter braços grossos ou peitoril estufado de músculo.
Passei a mão em seu peito rígido como uma rocha e senti seu coração pulsar no mesmo ritmo que o meu.
- Eu confio em você. – Disse ele, levando minha mão até seu pescoço.
Me aproximei cada vez mais de sua artéria carótida passando a língua sobre ela e então...
Meu corpo se inundou de prazer e êxtase. No começo ele estremeceu, mas depois relaxou. Era como se fossemos um só. Um coração... um só ser.
Ele era meu. Só meu.
Parei.
Ele pegou meu rosto e me beijou novamente, com sangue e tudo.
Empurrei ele no chão e subi em cima dele e o beijo não parava. Ele segurou minha cintura com força e rolou para cima de mim. Agora eu estava com as costas no chão frio enquanto o peso de seu abdômen prensava o meu. Naquele momento não existia mais ninguém no mundo... apenas nós dois.
Ele abriu o zíper da sua calça preta. Não podíamos parar! Era tudo tão intenso, tão novo, tão surpreendente. Queria mais.
Mordi ele de novo. Ele gemeu. Então larguei-o.
As coisas estavam cada vez mais quentes. Antes que chegasse a outro nível, coloquei minhas mãos em seus ombros, afastando-o de mim.
- Agora não, não aqui!
A minha primeira vez queria que fosse especial e não em qualquer lugar. Se ele tivesse trazido velas e um lençol, seria outra coisa.
- Tudo bem.
Ele levantou, mas cambaleou para frente. Segurei ele antes que desse com a cara no piso de madeira.
- Hey, você está bem? – Fiquei assustado.
- Só meio tonto.
- Desculpa. É o que acontece quando você se envolve com um meio vampiro.
Nós dois rimos. Como era bom ouvir o som da sua risada.
Ele pôs a blusa de novo e ficou sentado por alguns minutos.
- Quero ficar com você Alex. Só com você.
Outro beijo... outro instante de pura alegria.
Acompanhe o livro:
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Epílogo
Anexos
Origem dos personagens
Baixe o texto em pdf: clique aqui.
Comments