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Leitura: O despertar das sombras - Capítulo 08

  • Gabriel Chico
  • 16 de set. de 2016
  • 4 min de leitura

A teoria de tudo

Autor: Gabriel Augusto


Publicação: Outubro de 2015


Tema central: Vampiros, família, amor e suspense


Páginas: 117


Capítulo 08


Não podia ser.

Era mentira, não era? Ilusão projetada pela minha tontura e lembranças.

Meu estômago dava pontadas fortes. Meu coração acelerado, se despedaçava. Minha mente em um carrossel de desespero e desamparo. Meus olhos com raiva e tristeza. Meu corpo em um ciclone de sentimentos confusos.

Precisava sair dali, precisava.

Correndo o mais rápido possível para o pátio do lado de fora. Lágrimas socando o meu rosto...

Não tinha mais chão...

Não tinha mais ar.

Corri e corri, sem saber para onde ir só queria sair daquela escola horrível. Daquele âmbito de maldade e mesquinharia.

Tropecei e cai entre as heras.

Não sentia mais dor, só conseguia ouvir meu coração se partindo em diversos pedacinhos.

Sede...

Ódio...

- Quem está aí?

Não tinha forças para responder.

A presença chegou mais perto.

- Alex? É você – Seth estava de pé a minha frente. – Meu Deus! O que aconteceu com você?

- Seth. – Meu coração estava a ponto de parar. – Me abraça.

Ele se ajoelhou ao meu lado pegou meu rosto do chão... e colocou em seu colo.

Enrosquei minhas mãos no pescoço dele. Ele baixou sua face até a minha e eu o beijei.

Beijo quente...

Sede...

Ódio.

Prensei o corpo dele no chão. Agarrando mais e mais.

- Alex! Pare!

Não podia parar! Sentia meu corpo em conflito consigo mesmo.

Meus sentimentos e sentidos todos em uma explosão sufocante.

Quero acabar com essa dor. Acabe com essa dor.

Mordi seus lábios e o sangue escorreu para os meus. – Não posso aguentar é muita dor, eu quero que pare.

Sentia seu corpo tentando afastar do meu. Mas não conseguia deixá-lo partir.

- Alex! Pare por favor!

Minha boca tomou sua garganta por completo.

Então o gosto doce e suculento de seu sangue agora estava inundando minha boca.

Meu corpo começou a se acalmar, como se eu estivesse usado entorpecentes.

Antes que me desse conta, Seth estava desmaiado no chão e só quando eu vi seu rosto sem expressão. Percebi o que tinha feito.

E o pavor tomou meu corpo de novo.

- Seth? Seth? Alguém me ajude!

Quem poderia me ajudar no meio da floresta?

Peguei ele e coloquei em minhas costas e carreguei ele até a escola.

- Alguém me ajude, socorro?

- Porquê dessa gritaria? – Luci veio das sombras, por de trás de mim. – Alexander Shener, finalmente... por favor uma salva de palmas para ele pessoal – Ele falava sozinho. Gesticulando para o nada, como se tivesse um público imenso a nossa volta.

- Luci me ajuda, por favor! – Eu soluçava com o choro.

- Hey calma... isso iria acontecer cedo ou tarde. Algum dia você se tornaria um vampiro como nós. – Sua voz era calma e amiga. – Vem, vamos levar ele para dentro e não se preocupe ele não morreu, só está em um coma temporário.


Indo pela parte dos fundos da escola para que nenhum dos alunos pudesse nos ver, levamos Seth a sala dos professores.

- Minha nossa. O que aconteceu filho? – Minha mãe estava me olhando horrorizada. – Esse é o Seth nas suas costas?

- Mãe por favor me ajude. Eu não sei o que eu fiz, em um momento eu estava correndo para a floresta e no outro Seth tinha desmaiado.

- Deixe ele aqui comigo, Luci leve Alex para o banheiro por favor. E cuidado para ninguém ver vocês.

- Pode deixar.

- Eu quero ficar com Seth até ele acordar. – Não podia deixá-lo só.

- Meu amor, se acalme vai ao banheiro com Luci e depois conversamos.

- Vamos Alex. – Luci pegou minha mão e me levou ao banheiro.

Luci ficou do lado de fora me esperando.

Só quando me vi no espelho que percebi a desgraça que eu estava. Sangue tomava conta de toda a minha roupa, meus lábios estavam em vermelho vivo.

Esfreguei tanto meu rosto que minha pele começou a arder.

Por que eu fiz isso? O que aconteceu?

Caí em choro de novo.

Saí do banheiro com o rosto limpo e voltei para a sala dos professores.

Sra. Barban estava sentada ao lado de Seth, quando me viu se pós de pé. Seu vestido longo de veludo preto deixava ela mais amedrontadora. E no seu pescoço pendia um colar de pedra branca cintilante.

- De todas as pessoas. –Ela fez uma pausa. – Você, Sr. Shener era o que eu menos esperava, total descontrole. – Seus olhos de águia emanavam ódio. – Você faz ideia da catástrofe que isso poderia ter causado? Da anarquia que poderia ter acontecido?

- Me desculpe. – Eu não sabia o que dizer, eu também estava com raiva de mim. O ódio que eu sentia de Eric era maior que tudo.

Sede...

- Controle suas emoções Sr. Shener – Sra. Barban gritava. Nunca tinha visto ela daquele jeito. – Foi isso que causou tudo isso... sua falta de controle emocional.

- Como você sabe o que eu estou sentindo?

- Seus olhos, estão dilatados por completo. Estão negros.

Olhei para o vidro da janela e vi meu rosto com um tom de terror, meus olhos estavam grandes e totalmente negros, não tinha nada nele além de escuridão.

- Sra. Barban sabíamos que isso poderia acontecer, Alex é diferente de todos nós. – Minha mãe se pronunciou me defendendo.

- Sim, eu sei! Em toda minha existência pude ver poucos vampiros nascido, mas isso não pode ficar assim, ele precisa ser punido.

- Mas Sra. Barban... – Minha mãe tentava contestar, mas era impossível. Além do mais, eu merecia aquela punição.

- ...Amy! Se percorrer pelo campus que um aluno mordeu outro e não sofreu as devidas consequências, imagine no que poderia acontecer. – Ela engoliu as palavras em seco.

- Tem razão. – Mamãe por fim disse. – Me dói dizer, mas precisa ser feito.

- Não se preocupe Sr. Shener. – Ela se virou para mim. – Seth vai esquecer de tudo isso amanhã e vamos inventar uma história para ele. – Ela olhava para ele agora. – Faça seu papel, agora que o senhor finalmente despertou.

- Sim senhora.

Meus pais sempre falaram que o sangue teria um papel importante na minha vida. Agora eu entendo o copo de sangue que eu tomava durante as refeições, que meu pai buscava no hospital. Porém o sangue que eu bebi do Seth era diferente, mais saboroso, mais penetrante... quase viciante.

Mas não era culpa minha, era? Eric causou tudo isso. Isso eu jamais iria perdoar e nunca poderia esquecer.


Acompanhe o livro:


Capítulo 02

Capítulo 03

Capítulo 04

Capítulo 05

Capítulo 06

Capítulo 07

Capítulo 08

Capítulo 09

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19

Capítulo 20

Epílogo

Anexos

Origem dos personagens

 

Baixe o texto em pdf: clique aqui.

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