Leitura: O despertar das sombras - Capítulo 03
- Gabriel Chico
- 12 de ago. de 2016
- 12 min de leitura

Autor: Gabriel Augusto
Publicação: Outubro de 2015
Tema central: Vampiros, família, amor e suspense
Páginas: 117
Capítulo 03
No outro dia de manhã acordei com o barulho de Luci se arrumando no banheiro.
- Não vai levantar Alex? Tem aula daqui a pouco. – Levantei da cama correndo e fui em disparada me arrumar. Tinha me acostumado em acordar tarde nas férias.
De acordo com a tabela de horários que eu peguei com a assistente da Sra. Barban. Minha primeira aula seria com o meu pai, ou seja, aula de história. Por incrível que pareça Luci me acompanhou até a sala, mas tenho certeza que o motivo era que ele também teria aula de História. Caminhamos pelo salão de entrada indo direto para sala. Quando nos deparamos com a chata da Diana.
- Oi Luci! Que aula que você vai ter agora? – Me perguntava como ela conseguia ficar tão bonita naquele uniforme horrendo. Então notei que ele tinha algumas modificações como se fosse ajustado e feito especialmente para ela.
- História... espero que seja legal. – Ele olhou diretamente para mim com um olhar dizendo para seu bem. – Mas nos encontraremos no segundo tempo com aula de inglês.
- Estou ansiosa. Você também vai ter aula de inglês depois Alex? – Nossa, ela se dirigiu a mim com menos ódio no olhar e menos desdém na voz.
- Na verdade não, vou ter biologia. – Falei o mais natural possível.
- Ah é uma pena. Mas vamos nos encontrar na festa que vai ter mais tarde. – E ela me convidou para uma festa.
- Claro. Estarei lá. – Ela sorriu e foi em direção ao lado oposto.
- Viu, eu disse que você se encaixaria no nosso grupo com o tempo. – Luci falou todo sorridente e confiante.
- Até que foi rápido demais. – Dei de ombros.
Entramos na sala e meu pai estava na sua mesa revendo algumas papeladas. Olhei para ele e cumprimentei com um sorriso discreto. Nós tínhamos um acordo de tratamento de aluno e professor, então eu sabia que se ele fizesse uma pergunta ele não pediria de imediato para eu responder.
Sentei na carteira lá atrás, pensando quando encontraria Seth de novo. É impossível eu não ver mais ele nessa escola. Mas algo me diz que ele não queria nada comigo. Tentei esquecer, era a melhor coisa eu poderia fazer.
- Bom dia! Alguém pode me falar sobre como a caça às bruxas teve seu início? – Meu pai estava olhando além de mim. Fiquei feliz de termos o nosso contrato de tratamento. Um cara com o cabelo igual a do cantor Gotye, musculoso e alto como quase todos os garotos da Noite Eterna, de olhos verdes penetrantes levantou a mão.
- Qual é o seu nome?
- Freimen. Eric Freimen.
- Sr. Freimen, poderia por favor falar sobre o seu ponto de vista?
Retiro o que eu disse, ele não tem nada a ver com os garotos da Noite Eterna. Eric não tinha aquele ar de arrogante e desagradável, ele parecia ser um cara legal. Legal e lindo.
- Nos meados do século XV e XVIII a Europa vivenciou uma série de atos punitivos com influência religiosa, essas ações foram chamadas de “caças às bruxas”. – Ele parou por um momento. Como se esse assunto fosse uma memória que ele queria esquecer. – Essas perseguições eram motivadas por crenças religiosas do povo e que aproximadamente, mais de cem mil pessoas. Homens, mulheres e crianças morreram de formas cruéis e terríveis. A população acreditava que curandeiros e parteiras eram bruxas, servos de Lúcifer mandados a terra para causar destruição.
- Correto Sr. Freimen, em 1484 o Papa Inocêncio VIII emitiu um Summis desiderantes affectibus, uma bula papal em que reconhecia a existência das bruxas e aprova o massacre delas. E essa perseguição se estendeu por mais quatro séculos.
Luci revirou os olhos. E eu percebi que todos os alunos estavam prestando atenção. Meu Pai sabia como deixar os estudantes entretidos.
- Na história precisamos fazer as seguintes perguntas, o que foi feito? E qual foi o motivo? Para podermos entender como as pessoas pensavam naquela época e por que elas, com o passar do tempo deixaram de pensar dessa maneira. Hoje aprendemos a razão de ter acontecido a caça às bruxas, amanhã vamos falar sobre esses quatro séculos de tortura. – Meu Pai estava olhando para todos e parou seu olhar sobre mim. – Estão dispensados.
Arrumei minha bolsa e saí correndo para aula de biologia. Estava indo para sala quando na curva do corredor. Esbarrei em Seth.
- Me desculpe! Não deveria sair correndo, estou atrasado.
- Tudo bem. Eu que não deveria estar tão distraído. – Teve um breve momento de silêncio.
- Podemos nos encontrar mais tarde na festa?
- Não vou naquele tipo de festa. – Sua voz foi grossa e agressiva. – Nem você deveria ir. – Sua cara estava seria e fechada.
Era impressão minha, mas ele estava falando o que eu devo ou não fazer?
- Eu nem vou te responder. Mal nos conhecemos e você acha que tem algum poder de decisão sobre mim? – Eu estava tão, mais tão irritado. Como ele ousa? Eu encontro-o pela segunda vez e ele acha que manda em mim. – Eu vou na festa e passar bem. – Saí pisando firme com raiva, sem me preocupar com o que ele tinha a me dizer.
Entrei na aula de biologia e a professora, a Srta. Bell uma figura jovem, alta e extremamente elegante, estava de pé olhando para o vazo de flor que ficava no parapeito da janela. Quando o sinal bateu, ela foi em direção ao quadro-negro e escreveu seu nome. – Isis Bell. – Logo em seguida ela começou sua aula.
No decorrer do tempo, a professora pediu para sentarmos em dupla para dividir o microscópio. Me sentei do lado da garota que eu vi no hall de entrada, a garota de longos cabelos negros e com um colar com um pingente de ancora.
- Oi, meu nome é Alex. – Ela me olhou intrigada. Talvez ela não esperasse que alguém iria sentar com ela, muito menos puxar papo.
- Oi. – Seu tom foi tímido, vindo com um sorriso bobo em seu rosto moreno. E seus olhos verdes tinha um certo brilho, com um toque suave de algo doce. – Meu nome é Polly Zanitti.
- Você é nova aqui na Noite Eterna?
- Sim, entrei esse ano por insistência dos meus pais. Eles acharam que seria uma boa entrar em uma escola renomada. – Nossa alguém que me entenda, não pensei que isso seria possível.
- Sei bem como é. - Olhei para a placa do microscópio pensando como é frustrante fazer as coisas só por que alguém falou que é para fazer.
A aula passou rápido, achei até estranho. Quando a aula é chata, ela acaba demorando para passar e cá entre nós aprender sobre mitose e suas cinco fases, não é nada legal.
- Polly você vai na festa mais tarde?
- Eu não sei. Eu não tenho com quem ir e não quero aparecer sozinha. – Sua cara era de tristeza e ao mesmo tempo de vontade de querer ir.
- Ah! Vai comigo, não tenho com quem ir também, e não quero ir com meu colega de quarto metido. – Demos risadas juntas.
- Tudo bem então. Nos encontramos na árvore na frente da porta a hora que todos estiverem dormindo.
- Ok. Estarei lá.
Nos despedimos e eu fui em direção ao dormitório.
Enquanto eu estava subindo as escadas para chegar no meu quarto, eu só lembrava da pequena discussão com o Seth. Me perguntando por quê daquela reação, não faz sentido ele ter ficado tão bravo só por que eu queria ir para a festa e queria encontrar ele lá. – Esquece isso. – Minha mente pedia.
- Ai! Que ódio. – Ouvi, quando me aproximava da porta. Chegando ao meu quarto, Luci estava jogando suas roupas pelos ares. Suéteres no chão misturado com um montinho de camisetas, calças e shorts todos espalhados em cima de cama.
- Que foi? Dá para ouvir seus gritos de longe. Por que essa zona no quarto? – Eu acho que ele não entende o que é dividir um quarto.
- Não consigo achar nada para eu vestir hoje à noite.
- Como não? Olha quanta roupa você tem. E você não acha nada para vestir para uma festinha na clareira? – Realmente. É inacreditável como são as pessoas.
- Ah Alex, me erra. Você é um menininho do interior, você não entende nada sobre roupas e festa.
- Pode até ser verdade. Mas não estaria aí feito você, fazendo a maior bagunça sem tentar ao menos dar uma chance as minhas velhas roupas. – Ele parou de jogar as roupas e ficou encarando o guarda-roupa que não tinha mais nada pendurado, tudo se encontrava no chão.
- Desculpa! Mas eu estou nervoso com essa festa. É a primeira festa da Noite Eterna e tem que estar tudo perfeito.
- Tudo bem, tudo bem. Vamos tentar achar alguma coisa aqui para você. – Ele me deu um sorriso de canto de boca.
Depois de horas trocando e trocando de look, Luci finalmente achou um descente. Uma calça jeans skinny rasgada nos joelhos, um suéter de tricô com estampa étnica na cor preto, branco e azul e coturno marrom escuro.
- Bem, já que você encontrou um look perfeito. Está na hora de me arrumar.
- Vai logo, se você quer ir comigo.
- Não será necessário, vou com uma amiga minha. Se sinta à vontade de ir na frente.
- Então fez amizades, melhor assim. Você fica com seu grupo e eu fico com o meu. – Garoto insuportável. Acabei de ajudar ele, e ele fala um negócio desses.
- Luci saí daqui vai. – Estava irritado com tanta grosseria dele. O que há de errado com as pessoas dessa escola?
- Com prazer. – Ele se levantou da cadeira e foi embora.
Graças a Deus.
Depois do banho fui em busca de uma roupa legal. Vesti uma calça skinny preta, moletom branco com uma caveira mexicana estampada e um tênis converse.
Chegando no hall da entrada tudo se encontrava em absoluto silêncio. A porta que dava para o lado de fora estava encostada, com intuito de não ficar aquele abre e fecha. Quanto menos barulho melhor, além do mais não queríamos chamar a atenção dos monitores. No lado de fora da escola avistei Polly debruçada na árvore, com uma saia preta xadrez estilo anos 90, uma blusa branca sobreposta com uma jaqueta de couro escura e uma botinha vermelha da cor das listras xadrez da saia.
- Oi... desculpa a demora!
- Imagina cheguei agora também, vamos indo.
Passamos pelo campo em direção a clareira, esperando não se perder no caminho. A única luz do lugar era da lua, que brilhava mais forte do que nunca vira. Percorremos a trilha e quanto mais próximo da clareira chegávamos, mais barulho dava-se para ouvir. Luzes bruxulentas dançava entre as árvores, vozes misturadas a música em uma sinfonia singular enchia meus ouvidos.
- Quanta gente. – Fui o primeiro a falar alguma coisa.
- Demais, e eu não conheço ninguém.
- Nem eu. Quer uma bebida?
- Sim.
- Eu vou lá pegar. – Entrei em meio à multidão em direção ao um tronco de madeira onde as bebidas estavam. Peguei dois copos vermelhos descartáveis e coloquei uma bebida azul que estava em uma garrafa comum.
- Oi, Alexander Shener. – Eric estava atrás de mim com um sobretudo marrom escuro e cachecol azul marinho. Seus olhos estavam mais verdes hoje à noite e eu me dei conta de como eles eram estonteantes.
- É só Alex. Tudo bem Eric? – Ele abriu um sorriso largo de dentes perfeitos.
- Ele sabe meu nome. – Gargalhou. – Estou ótimo e você? – Seus olhos me invadiam de um jeito. Que eu cheguei a imaginar na possibilidade de ele jogar no mesmo time que eu.
- Eu estou bem, obrigado!
- Vendo pelos seus dois copos na mão, você está acompanhado. – Ele ficou olhando fixamente para os copos na minha mão.
- Sim, minha amiga está ali parada me esperando sozinha. – Apontei para Polly que estava conversando com um cara ruivo. – Que não está mais sozinha. Legal eu estou sozinho.
- E eu? Não sou ninguém?
- Claro que é. – fiquei sem graça por alguns instantes.
- Menos mal pensei que seria seu namorado ou alguma paquera que veio com você.
- Não tenho namorado. – E fiquei mais sem graça ainda.
- Oi Eric my Love. – Diana apareceu do nada. Com sua saia extremamente curta e sua blusa decotada. Eu não sei se ela percebeu, mas o ar estava frio.
- Oi Diana. – Ele pronunciou seu nome com indiferença, diferente dela que chegou gritando.
- Eu te vi aqui sozinho, e pensei em te chamar para sair. – E minha teoria de ser gay, foi por água abaixo.
- Se você não notou Diana, mas eu estou com o Alex. – Dih olhou para trás me encarando feio.
- Ah! Você está aí Alex. – Odiava como ela falava meu nome. Como gatos odeiam morcegos.
- Oi Diana.
- Então você se importa de um roubar o Eric por algumas horas. – Seus olhos brilhavam e seu sorriso era malicioso.
Antes de eu poder responder, Eric entrou na frente e disse.
- Não vou a lugar algum com você Diana. Já iria chamar o Alex para sair dessa festa chata. Aceita Alex?
- Eu... eu aceito. – Me encontrei gaguejando. O pior foi a cara que a Diana me olhou, pensei que ela poderia me matar naquele exato momento.
- Faça bom aproveito dessa companhia. – Revirou os olhos e em seguida saiu requebrando aquele projeto de bunda.
- Você não precisava fazer isso. Poderia ter ido com ela. Eu acho que ela queria ficar com você.
- Vai ficar querendo. Ela louca e possesiva, longe de mim uma garota assim.
- Pois é!
- Vamos sair daqui? – Pegou um dos copos da minha mão e saiu na minha frente.
Além da clareira tinha um gazebo abandonado, mas com um charme rustico. Ele era desgastado pelo tempo e com trepadeiras enroscadas nos pilares.
- Que show! – Fiquei surpreso com uma coisa tão antiga ainda estar de pé. Sentei na bancada de madeira, apreciando a beleza daquela relíquia.
- Gostou? Eu venho para cá, quando quero paz. – Ainda podia se ouvir as batidas da música.
- Seu próprio refúgio longe das loucuras da Noite Eterna. – Seus olhos estavam pousados em mim. Agora estavam mais suaves, mais gentis.
Ele chegou mais perto e sentou-se ao meu lado, encostando a mão na minha.
- Está gostando da nova escola?
- Me acostumando, essa seria a palavra certa. – Respirei fundo, lembrando como é difícil mudar de vida. – É frustrante deixar tudo o que você conhecia, para uma coisa totalmente nova e amedrontadora.
- É verdade, eu sei bem como é isso. Já me mudei várias e várias vezes... de estado para estado, de cidade para cidade, de país para país.
- E como conseguiu sobreviver a isso?
- Não tive escolha Alex. Mas conhecer outras culturas e costumes fora a experiência mais incrível de toda a minha vida. – Ele tinha um brilho no olhar de entusiasmado, que era difícil não se apaixonar.
Eric era diferente de todos os garotos da Noite Eterna e de todos os garotos que eu conhecera. Não apenas pela sua beleza exótica, mas também pela sua atitude e personalidade encantadora. Com ele eu me sentia bem, esquecia da tristeza de estudar na escola nova, das manias mimadas do Luci e da briga que tivera com o Seth mais cedo.
- Entendo!
- Mas com o tempo você vai gostar de estudar aqui.
Eu assenti que sim com a cabeça.
Suas mãos estavam em cima das minhas agora e seu rosto mais próximo ao meu. E o silêncio foi rompido com um beijo.
Um beijo quente e excitante, meu corpo todo formigou com sensação de prazer maravilhosa. Suas mãos me agarraram pela cintura nos envolvendo ainda mais. Essa era a última coisa que eu esperaria essa noite. Mas a melhor coisa que me acontecera há dias.
- Eu pensei que você era hétero.
- Sou bi. – Então me deu outro beijo. Cada vez que ele me beijava, mais vontade eu tinha de mergulhar em seus braços.
Um barulho entre as árvores fez com que parássemos o que estávamos fazendo.
- Quem está aí? – Gritou Eric. – Apareça se tiver coragem!
Uma sombra apareceu em meio aos galhos tortos. Quando a luz da lua bateu em seu corpo fiquei em choque.
Não pode ser! Seth? O que ele estava fazendo ali?
- Seth? – Fiquei um tanto surpreso, pensando o porquê de ele estar ali.
Ele se aproximou de nós dois encarando Eric com um olhar de ódio. Eu estava com medo do que ele poderia fazer.
- O que você está fazendo aqui com ele Alex? – Seus olhos ainda estavam em Eric e sua voz saiu calma, mas ao mesmo tempo cheia de raiva.
- Não lembro de Alex ter que dar satisfação para um cara feito você. – Retrucou Eric.
- Me responda Alex. – Agora ele estava gritando. Eu fiquei com mais medo.
- Não fala assim com ele. – Eric o empurrou com força, jogando Seth para longe.
Seth levantou com o punho cerrado e correu em direção de Eric.
Antes mesmo dos dois saírem para luta, me coloquei entre eles. Parando Seth de revidar o empurrão e evitar que Eric continuasse a briga.
- Qual é o problema de vocês dois? – Meu medo passou. Eu estava irado. – Seth para que tudo isso? Por que você estava nos espiando? - Seth me olhava agora. E ainda cheio de ódio.
- Eu falei para você não vir a festa.
- E desde quando você manda em mim? – Como aquele garoto doce e gentil que eu conhecera no primeiro dia de aula, poderia mudar para um garoto mandão e rude? – Por favor Seth. Vá embora!
Ele continuou parado me encarando com um olhar triste e questionador.
- Não ouviu cara! Alex pediu para você ir embora. – Eric estava atrás de mim.
O olhar de Seth moveu-se de mim, para Eric. Ele deu um passo para frente.
- Seth, por favor vá embora. Depois nós conversamos. – Pedi encarecidamente, com a minha vista enchendo-se de lágrimas.
Ele se virou e entrou de volta para floresta. E foi assim que a noite acabou.
Me despedi do Eric apenas com um aceno de mão e subi para torre. Querendo encontrar minha cama e me jogar nela. Não queria pensar no que tinha acabado de acontecer lá embaixo.
Acompanhe o livro:
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Epílogo
Anexos
Origem dos personagens
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