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Leitura: O despertar das sombras - Capítulo 09

  • Gabriel Chico
  • 23 de set. de 2016
  • 6 min de leitura

A teoria de tudo

Autor: Gabriel Augusto


Publicação: Outubro de 2015


Tema central: Vampiros, família, amor e suspense


Páginas: 117


Capítulo 09


Fui tomar banho no apartamento dos meus pais. Estava devastado.

Subia as escadas com meu pai e minhas pernas mal tinham forças para andar. Minha mãe ficou com a Sra. Barban e Luci e meu pai veio me buscar, ele tinha um certo desapontamento no olhar.

Luci tinha razão o primeiro baile é sempre surpreendente e emocionante.

- Você vai ficar bem Alexander. Confie em seu velho pai. – Meu pai entrou no quarto e ficou parado na porta. – Quando eu e sua mãe estávamos juntos por 450 anos, você nasceu... um bebê milagroso. Não se culpe pelos seus atos de hoje.

Como não me culpar? Eric poderia ter me deixado daquele jeito, mas eu não tinha o direito de ter feito aquilo com o Seth.

- Pai, quero ficar sozinho. Por favor.

- Tudo bem. Vou apagar a luz.

E foi no escuro que eu pude ter paz, por alguns instantes.


A luz passava pelas cortinas. Eu queria permanecer na noite, pois é nela que eu pertencia.

Sem vontade alguma de levantar. Me coloquei de pé e andei até a janela olhando para o céu. O sol não tinha a menor intensão de brilhar menos e as nuvens estavam com preguiça de aparecer. O perfeito dia ensolarado.

O que era para ser a melhor noite do mundo, o momento mais perfeito, foi o pior de toda a minha vida.

Fiquei de suspensão durante uma semana tendo que limpar todo o salão sozinho como punição dada pela Sra. Barban. Eu achava pouco, eu merecia muito mais.

Minha audição e visão estavam aguçados, fora do normal. Podia ouvir o cantar dos pássaros do outro lado do campus, pude olhar cada fio do lençol que cobria minha cama. Minha cabeça doía muito com tanto barulho. Me joguei no chão. – Por que tanta dor? Por que comigo?

E aquela sede voltou. Tinha que me controlar mais.

- Alex? – Minha mãe entrou no quarto. – O meu Deus, o que aconteceu, você está bem? – Ajoelhou-se ao meu lado

- Minha cabeça doí, eu sabia da minha transformação, mas não sabia que seria assim.

- Amor, você não se transformou por completo, talvez apenas acelerou o processo.

Eu sabia que eu tinha que matar alguém para me transformar em vampiro. Meus pais diziam que eu poderia ir em um asilo ou hospital e ver um paciente que estava quase morrendo e livrar ele do peso que era continuar vivo.

- Bem... você sabe que é um ser especial né Alex? Você só se transformara quando matar alguém. E quando o fizer finalmente vai morrer e acordar um vampiro completo. – Continuou ela.

- Não quero me transformar agora. Vocês disseram que eu não precisava.

- As coisas mudaram filho. Você sugou o sangue de uma pessoa viva e o pior alguém que você tem sentimentos. Agora vai ser tudo duplicado... tudo mais intenso. Você vai sentir o que nós sentimos, você vai ficar mais atraído pelo Seth. E aí que mora o perigo, por que seus sentimentos estão em turbulência e você precisa controla-los. – Ela estava séria. – E falando em sentimento, o que aconteceu para te deixar naquele estado?

Não queria contar o que houve, não queria nem lembrar, apenas esquecer.

- Não quero falar sobre isso.

- Tudo bem, vamos descer para comer com seu pai.

Sentado à mesa lendo jornal lá estava meu pai.

- Bom dia filho você está melhor?

- Você quer dizer pior! Não aguento essas dores de cabeça e esses barulhos e meus olhos estão ardendo.

- Você só está provando um pouco do que iria acontecer e isso só vai piorar, até se acostumar com isso.

- Estou odiando – Coloquei uma colher de salada de frutas na minha boca e consegui diferenciar o gosto de cada fruta que estava nela. Morango, banana, manga e mamão, junto com o leite de soja... bebi o copo de sangue matinal e cuspi fora.

- Alexander Shener. Onde estão seus modos? – Meu pai falou irritado.

- Como vocês conseguem beber isso? É nojento, por Deus. – Tinha um gosto falsificado e nojento com uma textura grotesca e insonsa. Antes eu até gostava do sabor, agora, era horrível.

- Vai ficar melhor depois com o tempo, você provou o gosto real do sangue. Gosto que não saí tão fácil do organismo.

- Não vou me acostumar com isso.

- Alexander, nunca mais repita isso – Ele estava bravo. – Você nasceu para ser um vampiro. E você sempre aceitou isso, e eu espero que isso não mude. Fui claro?

- Sim, papai.

Terminei o café e fui ao encontro de Seth, que repousava no apartamento da Sra. Barban.

Chegando ao apartamento. Bati na porta, mas ninguém abriu.

Entrei. E lá estava Seth deitado com um curativo em seu pescoço. – Você é um monstro, olha o que você fez! – Minha mente gritava. Comecei a chorar. – Porque eu fiz isso? – Olhei para o espelho que estava posto na parede ao lado da cama medieval onde Seth repousava. E vi em meus olhos aquele olhar negro nebuloso, sem vida... sem alma.

Volte ao normal, controle-se ... mantenha a calma.

- Alex, é você? - Seth sentou-se na cama me encarando. – Tudo bem? – Ele não podia me ver assim.

- Estou ótimo – Limpei as lágrimas e me virei, respirei fundo contando até três e virei de novo para olhar nos olhos dele. – Hey. É eu que devo estar perguntando se você está bem!

- Estou com uma baita dor de cabeça, mas sobrevivo. – Seu sorriso desajeitado sempre me fazia rir. – Do que está rindo?

- Nada, é que você está engraçado. – Nós dois rimos. – Se lembra de alguma coisa sobre ontem?

- Tudo é um borrão preto, mas a Sra. Barban falou que você me trouxe para cá. – Ótimo... ele não lembrava de nada. E a Sra. Barban me fizera o favor de ter que inventar a história sobre o ocorrido de ontem. – Lamento por isso, só lembro de ter te visto no chão da floresta chorando.

- Sim, eu estava chorando por causa do Eric e você apareceu e me ajudou a levantar e a me recompor. – Não gostava de mentir, principalmente para Seth, mas era preciso. – E estava tudo escuro e foi tão rápido... você tropeçou e caiu no chão batendo a cabeça forte no tronco e o galho cortou seu pescoço. – Por favor acredite em mim.

- O que o Eric fez para você?

- De tudo que eu disse, você pegou só essa parte? – Pelo menos ele não ficou me fazendo perguntas e mais perguntas sobre o que acontecera ontem com o pescoço dele, não tinha mais criatividade para inventar mais história.

- Só essa parte me importa, Alex... só me importo com você.

Queria pular em cima dele e abraçar e pedir desculpas. Mas era uma coisa que eu não poderia fazer.

- Você tinha razão ele é um grande idiota. – Não queria entrar em detalhes, porque eu iria ficar com ódio. E o ódio mostrou que não é uma boa coisa para se sentir. Não agora... não naquele momento. – Ele beijou Diana e eu vi. – Lembrar disso fazia meu estômago revirar e meu coração disparar feito louco, como um cavalo em uma corrida.

Ele levantou se esforçando muito para se pôr de pé. Fui até ao lado dele e peguei sua mão.

- Seth fique deitado. Não faça esforço!

- Estou com tanta raiva daquele maldito, ele vai se ver comigo depois que eu estiver zerado. – Seus punhos estavam cerrados. – Ninguém deveria fazer isso, muito menos com uma pessoa tão doce como você.

Eu pensava em deixar isso para lá. Não poderia deixar minhas emoções tomar conta de mim.

- Vou ficar bem. – Sim! Eu iria ficar bem. – Obrigado por estar comigo.

- Vou estar sempre com você. – Ele colocou suas mãos em meu rosto e seus lábios colados ao meu... e como sempre seu beijo me deixava melhor, como se ele fosse a cura para todas as minhas doenças.

Afastei ele.

- Seth, agora não. Deixa eu organizar tudo em ordem, estou em um turbilhão de emoções. Preciso de um tempo só, você entende?

- Claro que sim. Vou esperar o quanto for necessário para ficar ao seu lado. – Ele pegou minha mão e segurou contra a dele.

Seth era o que eu queria. Ele era meu, apenas meu...

Agora eu não tinha mais dúvida, porém antes de dar um passo em direção aos seus braços, preciso controlar o monstro que despertou dentro de mim. Um monstro assustador e impulsivo, comandado pelos seus sentimentos confusos e intensos. Eu preciso proteger ele de tudo, principalmente de mim mesmo... e isso eu iria fazer custe o que custar.


Acompanhe o livro:


Capítulo 02

Capítulo 03

Capítulo 04

Capítulo 05

Capítulo 06

Capítulo 07

Capítulo 08

Capítulo 09

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Capítulo 13

Capítulo 14

Capítulo 15

Capítulo 16

Capítulo 17

Capítulo 18

Capítulo 19

Capítulo 20

Epílogo

Anexos

Origem dos personagens

 

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